Ausente

Eu sei que tenho estado ausente mas... valores mais altos se têm levantado.
O novo livro já anda por aí: imaculado, chegou às escolas. Já celebrámos: jantámos as três (com os três, o que deu seis!).
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Ainda constipada, farta de cama e do frio, desejosa de voltar à piscina, beberico um chá quente e penso nos últimos acontecimentos.
Estou diferente.
A Mariana vem a caminho - para ser sincera, a gravidez passa a correr - e eu estou gorda. É interessante como esse facto não me perturba. Encaro-o estranhamente feliz. Mas é espantoso como este facto afecta os outros à nossa volta... os olhares, mais ou menos disfarçados, para a minha barriga (dos amigos e até dos desconhecidos); os sorrisos; as prioridades; os "está a correr tudo bem?" ou os "como é que estão as duas?"... dão que pensar...
Ainda ontem à noite, na despedida, o António me chamou gorda e eu só sorri. Sinto-me bem. Estranha com a minha imagem, estranha com o novo ritmo, mas em paz.
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Ontem, o tio deixou-nos. Estávamos à espera mas dói sempre um bocadinho.
Comentava com o meu pai que me lembro dele sempre velho. O meu pai respondeu: "eu também"... ´
Nestas horas, cruzamo-nos com gente do passado... pessoas das quais perdemos o contacto mas com as quais partilhamos recordações... tenho saudades dos tempos de Lisboa... das festas com os primos, das brincadeiras com o Dani, da loja dos cabedais e do crocodilo embalsamado, do cheiro da casa da tia Assunção, do infantário da TAP, da João XXI quase sem trânsito, dos croissants com chocolate e das tostas mistas partilhadas secretamente com a avó...

São sensações estranhas estas... as da vida...